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As noites frias não aguentam mãos gélidas. É urgente encontrar um corpo. É urgente tocar um corpo. A cabeça fabrica imagens de carne. Imagens de pelo, de um corpo quente. O calor. Preciso tocar urgentemente num corpo. Não é Sexo. É apenas tocar num corpo, é assim que se chama. Não se poderia chamar de uma outra forma. O Sexo executa-se cavalgando sofregamente num corpo, na urgencia de adiar a morte. O Orgasmo, evidência-se, colocando em segundo plano uma Bomba Atómica ou mesmo um tremor final de Terra. No entanto, esta noite, não é noite de climax absurdo de labaredas ou chamas. O meu corpo não necessita orgasmos evidentes daqueles que ejaculam exibindo suores de prazer. Não pretendo exibir nada, não sou exibicionista. Pelo não o sou esta noite. Não estou excitado. Fisicamente, digo. Esse orgão que enrijece evidências básicas de excitação, não passa de pura ficção de entertenimento e distracção. Não me quero distrair comigo. Nem com ele. Não me venho. Vou-me. Vou-me somente à procura de tocar um corpo que. Colocar a minha mão fria numa pele ardente. Sentir o calor duma carne, ainda que por segundos.
4 comentários:
Acompanho o blog há algum tempo. Parece-me diferente o tom da tua escrita. Mas continua extremamente directa e fria. Consegues escrever sobre algo que é tão intimo, como se te fosse exterior e isso é difícil...
Ana
muito obrigado por seguires o meu blog e pelo teu comentário :)
X
Tenho de agradecer...
Porque mesmo sem conheceres o rosto e o corpo ajudaste-me bastante a entender que afinal não sou única...
segredos:
não , nao estamos sozinhos!
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