12 de jul. de 2009

A DOR E O SEXO

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Há uns anos atrás, o meu avô morreu. A primeira coisa que fiz foi procurar Sexo. Não queria sentir a dor de alguém que não voltaria a ver. Não queria lidar com essa dor. Não queria sequer pensar ou ter de pensar na sua morte. Nessa noite, liguei-me ao msn, apareceu um rapaz com quem devo ter teclado em tempos, mas nunca nos tinhamos conhecido. Ele veio ter comigo a minha casa. Vinha em jeans, sem nada por baixo. Eram não sei quantas da madrugada e enrolado no seu corpo, eu não pensava na morte do meu avô. Era como se não tivesse acontecido. Fingi que nada aconteceu. Fingi que ele não tinha morrido. Fingi que essa morte não existia para não ter de lidar com essa dor. Não tive uma ligação profunda com o meu avô, mas recordações de infancia, um respeito e um grande carinho. Mas a dor, era saber a dor que estava a causar à minha mãe, o pai dela ter partido. E pensar que a minha mãe estava a sofrer e que eu não podia fazer absolutamente nada para lhe evitar essa dor, para a arrancar do seu coração e não ter de a sentir, deixava-me completamente impotente. Para lutar contra essa impotência, essa revolta, essa raiva, virei as costas e fui fazer Sexo. Sexo, como uma maneira de fingir que os sentimentos não existem. Sexo, como uma forme de fingir que a dor não existe. Substituí a dor pelo prazer. O prazer passou. A dor continua no meu coração. Nunca me livrei dela, talvez porque nunca a enfrentei. Porque podemos fugir, virar as costas, não querer sentir, mas o nosso cérebro é um grande armazém de emoções e elas não desaparecem, apenas porque fingimos que elas desapareceram.

2 comentários:

seven disse...

Quando puderes, visita-me. Obrigado. Já agora, o teu blog é muito interessante. Parabéns

Mr.X disse...

seven : mt obrgd! é a expressao de problemas k durante algum tempo me causaram mxm mt transtorno...